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Uma Igreja em Saída: Profecia, Amor e Revoulação. Marcos Aurelio dos Santos.

Em tempos sombrios, de violência e medo, em que boa parte da igreja tem se sobrado ao mal com suas ações de destruição, se faz necessário uma voz profética, voz de amor libertador, de justiça a favor de milhões de oprimidos, uma voz revolucionária, corajosa, que clame a partir dos lugares baixos, voz de resistência, a partir das lutas utópicas, em um forte contraponto às forças neo-conservadoras instaladas no sistema religioso que permeiam em nosso país.

A igreja de Jesus é libertadora, revolucionária, comunitária e serva. A igreja, nos tempos sombrios em que vivemos, deve estar profundamente comprometida com o Evangelho de Jesus. Os do caminho devem resistir aos encantos do poder, da ostentação e dos maléficos conchavos com o cristofascismo (mistura de cristianismo e fascismo) instalados nos arraiais das igrejas. A igreja, em vez de se dobrar ao mal para serví-lo, deve se deixar levar pelos ventos do Espírito, que sopra amor, compaixão e solidariedade.

A igreja deve fazer opção pelos pobres. Deve fazer sem reservas, sem conchavos ou benefício próprio. A igreja não pode se amedrontar e temer as represálias do alto clero, pois assim fez o Jesus de Nazaré, que em sua caminhada de libertação acolheu seus irmãos e irmãs em um contexto de desigualdade e opressões. Enfrentou o sistema religioso anunciando aos pobres as Boas Novas de alegria, expressando na vida o amor do Pai pelos seus filhos e filhas. A igreja deve encarnar em sua caminhada o Jesus da Galiléia, periférico, pobre amoroso e humilde. Este é o principal contraponto de resistência aos poderes dominantes de opressão que hoje buscam destruir os pequeninos tão esquecidos e excluídos pela sociedade.

É preciso pensar a igreja de Jesus em suas ações concretas, não como templo ou determinada instituição religiosa, mas como povo que se reúne em torno do Cristo e o segue no caminho libertador. A igreja não é um lugar que tem endereço fixo ou uma estrutura administrativa, a igreja é viva, e deve transmitir e viver essa vida ao mundo, levando esperança aos cansados. Por isso, deve ser denominada como uma igreja em saída, em encontros e desencontros, principalmente com os pobres, em atos proféticos para o nosso tempo.

Por uma igreja profética, includende, amorosa e libertadora.

Marcos Aurélio dos Santos

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