Shadow

31º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Leituras: Dt 6,2-6 – Sl 17 – Hb 7,23-28 – Mc 12,28b-34

Por: Quininha Fernandes Pinto

A primeira leitura deste domingo é o início da oração hebraica do “Shemá Israel” = Escuta Israel, que os fiéis recitavam três vezes ao dia. Esta oração conserva as características essenciais da fé dos judeus: a fé num Deus único, a síntese de toda a lei do mandamento do amor. No Antigo Testamento, este mandamento do amor de Deus já é completado pelo segundo: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. O amor ao próximo aparece inseparável ao amor de Deus. Os dois mandamentos são, na verdade, um só, o ápice de toda a lei. A caridade fraterna, apresentada por Jesus em tantos outros textos do Novo Testamento, não poderia ser mais incisiva e clara de que, substancialmente, há um único amor!
Mas o amor ao próximo não é uma mera filantropia, ele é essencialmente religioso. Esta questão do amor de Deus e amor humano, está sempre no centro da vida cristã. São dois polos. Somos convocados a responder às exigências dos nossos tempos no amor aos irmãos refugiados, aos desempregados, famintos, aos excluídos socialmente, aos discriminados pelo racismo, ela homofobia, pelo gênero… Parece repetitivo o discurso, e, na verdade, é! Não podemos nos afastar da centralidade do discurso de Jesus! O amor cristão é um amor que salva! E trata-se de uma salvação que começa aqui e agora e não é postergada para a pós-morte, como muitos discursos espiritualistas e espiritualizantes insistem em apontar. Deus nos quer felizes e “salvos” desde aqui… Daí a necessidade de demonstrarmos o amor ao próximo no nosso pleno engajamento no mundo – aqui! – na luta pela libertação de todas as formas de escravidão. O desprezo pelas realidades temporais que nos fazem acreditar que devemos salvar a nossa “alma” é infantil e alienante. Isto é religião, isto é evangelho, isto é amor ao próximo!

Nestes tempos pandêmicos, tão difíceis, assistimos a um retrocesso das experiências religiosas, voltadas para um excessos de pedidos e orações milagrosas que acabem com a fome, que sarem a humanidade, que eliminem a injustiça e faça surgir um salvador da pátria para resolver todos os nossos problemas! Continuemos rezando; é bom e favorável, mas peçamos a Deus força e coragem para que o amor que lhe dedicamos seja, concretamente, visibilizado no mundo pelo amor que nos move na direção dos nossos irmãos, sobretudo os mais pobres. Assim Deus sentir-se-á plenamente amado! Que seja assim! Bjs 😘 no coração ❤️

1 Comment

  • Filomena

    É muito facil peirmos para Deus resolver por exemplo ooo problema da fome no mundo, se eu não dou pão a quem está ao meu redor.
    A minha fé requer comproetimento.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.