Maria de Lourdes (Equipe de Comunicação CEBs/paróquia São José Operário)

A evangelização na Amazônia e o respeito aos recursos naturais foram tema de reunião das CEBs da paróquia São José Operário, em Rondonópolis (MT), e da coordenação das CEBs na diocese de Rondonópolis-Guiratinga.

A atividade ocorreu nesta segunda-feira (25) e foi assessorado pelo bispo dom Juventino Kestering.

Ele falou sobre o Sínodo da Pan-Amazônia, que ocorreu em outubro em Roma com a participação do papa Francisco e tratou da presença espiritual, ambiental e social da igreja na região. Dom Juventino ressaltou que os desafios colocados pelo Sínodo servem de reflexão e ação para a igreja como um todo.

Ele explicou que houve um momento muito importante antes dessa grande reunião entre o papa, bispos, padres, freiras, lideranças religiosas, sociais e ambientais. Foi o processo de escuta feito pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) junto aos povos da floresta, como os indígenas, ribeirinhos, quebradeiras de coco, seguingueir@s, quilombolas e pequenos agricultores. Um resumo do foi dito nas assembleias, fóruns e rodas de conversa feitas pode ser lido aqui. Foi esse processo de escuta que baseou as discussões e decisões do Sínodo.

Os temas centrais do Sínodo envolveram: missão, inculturação, ecologia integral, defesa dos povos indígenas, rito (espiritual/religioso) amazônico, papel das mulheres na evangelização e novos ministérios, principalmente em áreas de difícil acesso à Eurcaristia.

Dom Juventino também falou das preocupações do papa com a evangelização na Pan-Amazônia, que compreende os países que possuem a floresta amazônica em seus territórios: Brasil, Bolívia, Venezuela, Equador, Peru, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Em Mato Grosso, a floresta amazônica está presente nos municípios da região Norte, como Alta Floresta, Juruena, Sinop e Colniza.

Essas preocupações têm a ver também com os megaprojetos na região, como as hidrelétricas, o desmatamento, a poluição causada pelas indústrias extrativistas, o narcotráfico, o tráfico de seres humanos, a criminalização de líderes e defensores do território e grupos armados ilegais.

Dom Juventino.

Por isso o papa Francisco nos lembra de cuidar do planeta Terra como se fosse “nossa casa comum”.

Por isso também as igrejas que estão nas fronteiras entre países, como na Pan-Amazônia, devem fazer um trabalho  de acolhida aos migrantes. Isso significa uma conversão integral (pastoral, cultural, ecológica e sinodal). E inclui  trabalho pastoral permanente, pastoral conjunta e liturgia inculturada (baseada nos elementos do cotidiano, da cultura e da espiritualidade dos migrantes).

Significa, ainda, apoio nas questões de saúde e educação, levando suporte médico e promovendo conhecimento ancestral da medicina tradicional de cada cultura.

Entre as ações desta conversão integral também está a formação de agentes de comunicação autófonos (próprios da região), o incentivo à criação de ministérios juvenis e o foco nas famílias.

O encontro de CEBs em Rondonópolis foi proveitoso e muito participativo.

Este encontro foi o encerramento das atividades de CEBs da paróquia São José Operário e também da coordenação diocesana de CEBs deste ano.